segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Planeamento da época 2012/13: aspectos positivos e negativos

O mercado e a pré-época acabaram. O treinador e os dirigentes transitaram da época anterior, pelo que tiveram o tempo e a estabilidade suficientes para pensar a nova época.
A meu ver, a preparação da nova época esteve longe de ser perfeita.
Teve os seus aspectos positivos, assim como alguns aspectos negativos.

Vamos ver:



POSITIVOS:





- boa política de contratações - assim como no ano passado, a aposta recaiu em  jovens jogadores com potencial e jogadores com provas dadas nos maiores clubes da Europa que, por algum motivo se encontram desvalorizados. De preferência, a "custo zero" e internacionais. Tendo em conta a realidade financeira do nosso clube, esta parece-me ser a política de contratações mais acertada. A contratação de jogadores como Labyad, Boulahrouz ou Pranjic, que tinham acabado de rescindir com os seus clubes anteriores e teriam bastantes clubes interessados nos seus serviços, mostra também a boa capacidade de antecipação e de leitura do mercado, que os nossos dirigentes obtiveram.

- renovação de Patrício - Após a excelente época que realizou em 11/12 (principalmente na Liga Europa e no EURO 2012), poucos Sportinguistas acreditariam que o seu guarda-redes se iria manter no plantel. Com o seu contracto prestes a acabar (Julho 2013), pairou em Alvalade a ideia de que Rui Patrício poderia abandonar o clube por um preço muito abaixo do seu valor real. Felizmente, o seu contracto foi renovado. Em 12/13, será um dos capitães da equipa.

- redução folha salarial
(imagem retirada do blog "Cortina Verde")



- reintegração de jovens que se encontravam emprestados - Os jovens Adrien e Cedric foram decisivos na conquista da Taça de Portugal, por parte da Académica. Após terem jogado a maior parte da época anterior, sempre com um bom rendimento, é mais que justa a sua integração no plantel do Sporting. Em 12/13, ambos terão um papel bastante importante. Acredito que também também Wilson Eduardo, que acabou de ser emprestado, merecia mais oportunidades.



NEGATIVOS:





- más vendas - Vender o lateral-direito titular de uma das melhores selecções da Europa, que tinha acabado de realizar um bom europeu, por apenas €4.000.000, é obviamente um péssimo negócio. Vender um médio-ofensivo com capacidades técnicas muito acima da média, que era um dos principais responsáveis por algum do pouco bom futebol apresentado pelo Sporting nos últimos anos, por apenas €3.500.000, é também um terrível negócio. A ideia que estes negócios trespassam, é de que os nossos dirigentes se encontravam desesperados em obter alguns fundos, de modo a poderem ter alguma margem de manobra no mercado de transferências. O desespero obteve os seus resultados. Vendemos os nossos jogadores muito abaixo do seu real valor.

- plantel incompleto - Dizem as "regras" do futebol que um plantel deve apresentar, pelo menos, 2 jogadores para cada posição. Actualmente, o plantel do Sporting Clube de Portugal tem 2 enormes e óbvias lacunas. No plantel, faltam um médio-ofensivo e um ponta-de-lança. Labyad é o único 10 do plantel, sendo que as alternativas (André Martins e Adrien) rendem mais quando jogam em posições vais recuadas do terreno. O holandês Wolfswinkel irá continuar a carregar o "fardo" de ser o único ponta-de-lança do plantel, o que lhe coloca uma pressão extra, que o tem prejudicado. Esta questão acarreta um problema óbvio, que é o facto de não haver soluções à altura, quando os titulares tiverem algum problema (lesão/castigo). Para além disso, poderá acarretar ainda outro problema, associado a todas as desvantagens resultantes da falta de competitividade interna.

- opções a mais em determinadas posições - Em contraste com a posição de PdL e 10, existem posições onde existem demasiadas (e boas) opções. Falo das posições de trinco, médio-centro e extremo/avançado-ala. Para a posição de trinco existem 3 opções bastante válidas (Gelson, Rinaudo e Carriço), sendo que no máximo jogará apenas 1 deles. Por vezes, até poderá não jogar nenhum. Para a posição de médio-centro, no plantel temos Elias, Schaars, André Martins e Adrien, sendo que no máximo jogarão apenas 2 (excepto quando um deles for adaptado a outra posição). Se jogarmos com um trinco, dos 4 jogará apenas 1. Para as alas, e se o 4-2-3-1 continuar a ser aposta, podem jogar Izmailov, Capel, Pranjic, Viola, Jeffren e Carrillo, sendo que dos 6, apenas podem jogar 2 em simultâneo. Tal como disse em cima, sou a favor da competitividade saudável dentro do plantel. No entanto, é necessário criar um equilíbrio que permita que todos os jogadores se sintam capazes de ser opção, independentemente daquilo que custaram, quanto auferem ou pelo seu passado mais ou menos reconhecido.

- má gestão do "caso Carriço"
(sobre o qual já dei a minha opinião no dia 31-07-2012, que podem ler aqui: Carriço: qual a solução?)

- desaproveito de alguns jogadores - Falo dos casos de Onyewu, Bojinov (apesar de toda a controvérsia) e Wilson Eduardo. Com a saída de Onyewu, será que o Sporting voltará a ter os mesmos problemas nos lances de bola parada, que haviam sido disfarçados pelo norte-americano? É provável que isso venha acontecer. Muito dificilmente Onyewu seria titular, mas daria sempre jeito naqueles jogos onde a bola parece não querer entrar, que muitas vezes só se resolvem de bola parada. Quanto a Wilson Eduardo (embora não o considere um ponta-de-lança) e Bojinov, acredito que, independentemente de não terem dado qualquer tipo de provas na equipa principal do Sporting, a equipa beneficiaria com a sua inclusão no plantel, pois seriam capazes de oferecer alguma concorrência a Wolfswinkel.

P.S. Como base, foi utilizada a análise que fiz do plantel no dia 2-9-2012, que podem ler aqui: Plantel 2012/2013

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