quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Ricardo Sá Pinto: futuro em 2 jogos

A possibilidade de um dia poder ver um Sporting campeão com Sá Pinto a treinador, seria uma das mais satisfatórias realizações que, enquanto adepto deste clube, algum dia poderia ter. Com isto quero dizer que, tudo que escrevo neste texto, nunca implicará o enorme respeito e carinho que possuo pelo Sá.

No início da época 2011/2012, Sá Pinto tornou-se o treinador da equipa júnior leonina. O curto percurso enquanto treinador daquela equipa, foi bastante prometedor. A equipa jogava bem, bem montada tacticamente, Sá Pinto não tinha receio de arriscar e apresentava sempre um discurso realista e ambicioso. Começava-se a criar a ideia de que Sá Pinto poderia vir a ter uma prometedora carreira enquanto treinador de futebol e que seria, mais tarde ou mais cedo, o treinador da equipa principal do Sporting.

Quanto se tornou treinador da equipa principal do Sporting, a Fevereiro de 2012, para substituir Domingos Paciência, fiquei algo receoso. Parecia-me que se estavam a queimar etapas no processo de crescimento do Sá enquanto treinador e que, devido à precipitação desta nomeação, poderíamos estar a perder um valor futuro. Por outro lado, o facto de as expectativas se encontrarem baixas (não seria difícil fazer melhor que Domingos Paciência) e por ser alguém acarinhado entre os adeptos, permitiria a Sá Pinto uma margem de manobra muito superior, que lhe permitiria errar, crescer e aprender enquanto treinador.

Desde Fevereiro a Maio, as coisas até correram bem. O seu discurso apaixonado entusiasmou. Embora a equipa continuasse a praticar um futebol pouco atractivo, a verdade é que conseguiu tornar o Sporting uma equipa competitiva, com a garra e a alma que o caracterizam. Conseguiu chegar às meias-finais da Liga Europa, à final da Taça de Portugal e colocar a equipa na luta pela 3ª posição, que daria acesso à Liga dos Campeões na temporada seguinte. Pouco mais se poderia pedir a um treinador tão inexperiente, que tinha "pegado" na equipa numa situação tão desfavorável.
No entanto, já por esta altura começava a ficar claro que Sá Pinto tinha algumas dificuldades em "montar" a equipa em jogos contra equipas inferiores, arrecadando alguns empates e derrotas que, noutra conjuntura, não seriam admissíveis. Jogos onde a alma e o coração não são suficientes para se superiorizar a "autocarros" defensivos de 11 jogadores.

A renovação aceitava-se. Para a direcção, a renovação era inevitável. Com os adeptos do lado do Sá, a direcção encontrou aqui a sua muleta, que lhe permitiu um mega balão de oxigénio, que estava praticamente esgotado aquando do falhanço de Domingos Paciência.

Até que, no fim do mês de Maio, começa o declínio do percurso de Sá Pinto, enquanto treinador do Sporting. Não tanto por não ter conseguido o 3º lugar no campeonato, mas sim pela forma que perdeu a Taça de Portugal. O Sporting não se soube superiorizar à Académica, realizando uma exibição fraquíssima, onde praticamente não criou oportunidades de golo.

Apesar deste fim de época menos positivo, fiquei algo empolgado e confiante com a época 2012/2013, a primeira  pensada e estruturada por Sá Pinto desde o início. E tinha tudo para dar certo. O Sá tinha os adeptos do seu lado, assim como a direcção. Faltavam-lhe corrigir algumas lacunas. E era importante que o Sá o percebesse. Era preciso dotar a equipa de capacidades ofensivas e torná-a regular a nível exibicional.

A estruturação do plantel, começou por ser um mau prenúncio. Apesar das boas contratações, o plantel encontrava-se incompleto, faltando alternativas na posição de ponta-de-lança e médio-ofensivo. Teria Sá Pinto culpas no cartório?
As más exibições na pré-época, também foram um sintoma do que estaria para chegar. O treinador continuava com dificuldades em organizar a equipa no processo ofensivo.

Os maus resultados e as péssimas exibições na Liga, não constituíram portanto uma grande surpresa.
O salto que se esperava e desejava que Sá Pinto conseguisse dar, não foi consumado. A equipa continua a praticar um futebol pobre, sem imaginação e pouco ambicioso.

Os adeptos começaram a perder a paciência, com a agravante de agora até os discursos do Sá serem irrealistas e, por vezes até, ridículos.

Actualmente, a margem de erro é mínima. Ricardo Sá Pinto terá os próximos 2 jogos (Videoton e F.C.Porto) para provar aos adeptos que é o homem certo para treinar o Sporting.

Caso nos próximos 2 jogos obtenha resultados negativos, o que poderá acontecer? A direcção terá a coragem de despedir a sua "muleta"? Será possível cair Sá Pinto sem que caia a direcção? Ou a direcção deveria assumir as culpas, demitindo-se?


Uma coisa a certa, a próxima semana será uma semana de mudanças.
E o meu único desejo é que no fim de tudo, o Sporting Clube de Portugal saia beneficiado.

SL

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